Artigo Jornal das Alagoas – Petróleo à vista

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Nunca se viu tantos desastres ambientais no Brasil em tão pouco tempo. Rompimento da barragem de minérios em Brumadinho, queimadas na Amazônia e a mais nova de todas: há 45 dias chegam manchas de petróleo nas praias nordestinas. Tenho certeza que, a essa altura, o presidente Bolsonaro está contente de não ter acabado com o Ministério do Meio Ambiente.

Mas só a manutenção da pasta não está sendo suficiente para evitarmos desastres e crises no setor. Precisamos ser mais enérgicos e articulados. Nunca o Nordeste esteve tão perto de uma crise ambiental, econômica e social. Em Alagoas, as manchas colocam em riscos diversos biomas ricos e únicos, como a Costa dos Corais, a 2ª maior barreira de corais do mundo, a 1ª está na Austrália. Além de nossos mangues, nossas dunas etc. Sem dúvidas, a fauna marinha tem sido a parte mais visível deste desastre, as cenas das tartarugas oleadas e do golfinho manchado de petróleo causam grande impacto a quem assiste, mas ainda temos muito a saber de impactos causados aos corais, ao mangue, berçário natural de boa parte da vida marinha e a flora oceânica.

Estamos vendo muitas ações na busca de encontrar a causa dessas manchas, e, realmente, é importante. Até para estancar, caso o vazamento ainda esteja acontecendo, mas estamos vendo poucas ações afim de minimizar os impactos causados por essa massa de petróleo cru. Me preocupa, por exemplo, deixarmos a carga da limpeza para os municípios; me preocupa não termos um plano claro de triagem da fauna. Assim como me preocupa ainda nenhuma equipe de mergulho estar contratada pelo Estado para verificar a situação dos nossos corais, arrecifes e beachrocks.

Até o momento que escrevo esse artigo, o Governo de Alagoas vem se negando a declarar Estado de Emergência, como fez Sergipe e Bahia, com o argumento que isso pode afetar o turismo alagoano. Como se as notícias de hora em hora nos jornais televisivos não já o tivessem feito. Precisamos de um exército limpando as praias. O que eu vi foram bravos marinheiros limpando pedras no Pontal de Coruripe. Precisamos de união Federal, Estadual e Municipal. Precisamos de ação, afinal o petróleo está à vista e é um Estado de Emergência. 

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