Liberdade!

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Artigo para o Jornal das Alagoas

O que é liberdade? Me peguei pensando sobre liberdades individuais, difusas e extemporâneas. Onde começa a sua liberdade? Onde começa a do outro? Na última semana, a liberdade de expressão foi bastante debatida. Famílias se dividiram em opiniões, num momento em que o país já está bastante dividido. Uma simples história em quadrinhos virou questão nacional.

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (mal avaliado, pode-se dizer), fez uma jogada política. Mirou o eleitorado conservador carioca ao proibir que a Bienal do Livro vendesse a HQ dos Novos Vingadores, em que dois adolescentes, com superpoderes, se descobrem homossexuais e aparecem se beijando. O prefeito fez o anúncio em sua rede social, como não poderia deixar de ser em ações populistas, e mandou a Guarda Municipal ao evento para que apreendesse os exemplares da publicação, em um grande ato de censura.

Mas calma, qual o poder que um prefeito tem de censurar um livro? De onde partiu tal autoridade? Com base em qual estudo ou legislação se baseou? Foram os questionamentos de alguns. Outros não, aplaudiam e comentavam o absurdo de um livro infanto-juvenil com tais figuras ao alcance de qualquer criança com pais desavisados.

Vou assumir, nobre leitor, fiquei abismado com o que as autoridades trazem de pior. O autoritarismo vestido de censura. Tive alguns questionamentos como pai, mas como adulto também. Vi, na TV, o Pernalonga beijar na boca do Hortelino Troca-Letras; o Pica-Pau tascar um beijaço no bigodudo do Sr. Leôncio e nada disso me fez menos hétero. Muito pior do que isso, podemos apoiar a simples censura em um gibi, depois será em um filme por conta de cenas forte, depois em um jornal por tratar de mortes e por aí vai.

Muitos dos cidadãos de bem que me leem agora podem estar pensando que é um liberal anarquista que escreve este texto tão raso, mas lhe pergunto, meu caro, se não fosse a liberdade, a linda e bela liberdade, esse texto poderia ter ficado apenas na mão do sensor. Por isso amigo, melhor discordar do que escrevo e ter a liberdade de me criticar do que não saber o que é refletido e pensar que até os desenhos da sua infância poderiam passar pela censura do conservadorismo.

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